Mulheres que estavam em situação de rua já começam a planejar a independência após serem abrigadas no local.

Das nove mulheres que viviam em situação de rua e este ano estão na Casa das Anas, cinco completaram um mês de trabalho com carteira profissional assinada. E quatro retomaram os estudos. São sinais de que elas estão se preparando para, futuramente, conseguir seu espaço e deixar o abrigo.

A Casa das Anas é administrada pela ONG Vidas Recicladas, que desde janeiro tem contrato com a Secretaria de Assistência Social (Seas) para promover a reinserção desse público na sociedade. Em março, a entidade conseguiu o reencontro de uma abrigada com sua família, no Rio. No momento, procura parentes de Priscila Evangelista Ferreira, em Corbélia (Paraná).

MULTIDISCIPLINAR

Cristina Coninck, coordenadora da Casa das Anas, atribui o resultado ao trabalho multidisciplinar feito por psicóloga, assistente social e pedagoga, e ao fato de nenhuma atendida ter recaído no consumo de drogas. Nas conversas, as técnicas impõem limites e as estimulam a não desistirem de seus sonhos.

“Com o tempo elas foram confiando na gente, a ansiedade diminuiu muito, tanto que reduziu bastante o consumo de açúcar”, diz Cristina, que acredita que a estrutura da casa e a presença de crianças reforçaram o senso de maternidade e o desejo de cada uma ter o seu lar. “Todas que estão trabalhando e estudando fazem planos de alugar um espaço para a sua família”.

Atendidas sonham e economizam para conquistar o espaço próprio

Sanny Ofosware, Marcela Cruz, Deisimar Clemente, Vera de Oliveira e Andreia Mendonça estão cheias de planos. Em comum, o desejo de economizarem o salário e se preparar para deixar a Casa das Anas em 2015.

“Eu estava desempregada, com aluguel atrasado e na maternidade fui informada do despejo. Saí com meu filho e fui para um abrigo da prefeitura. Meu sonho, agora que consegui um emprego, é me preparar para ter meu canto com meus filhos”, diz Sanny.

Deisimar elogia a Casa das Anas, diz que o apoio técnico foi fundamental para ter confiança em si mesma. “Minha mãe notou minha mudança, hoje consigo impor limites”. Apesar do agradecimento, não vê a hora de ter um lugar só para ela e sua filha.

Fonte: Diário Oficial de Santos

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *